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Juízes e advogados estão usando IA. E o seu processo, como fica?

Informe Disputas Estratégicas

Prezados clientes e colaboradores,

Dizer que a tecnologia avança rápido já virou clichê, mas continua sendo verdade. Basta lembrar que o atual Código de Processo Civil completou 10 anos e praticamente ignora ferramentas digitais que hoje fazem parte do dia a dia de advogados e juízes. Historicamente, o direito sempre andou atrás da tecnologia: foi assim com a autorização para sentenças datilografadas, com o uso do fax (quando o fax já estava em desuso) e agora com a inteligência artificial.

Hoje, esperar anos por mudanças legislativas não é uma opção. A IA evolui em meses. Por outro lado, também é arriscado legislar às pressas sobre temas técnicos e em constante transformação. Como equilibrar esse cenário?

A IA já é realidade no Judiciário

Enquanto o Congresso debate, os tribunais agem. A inteligência artificial já vem sendo usada como ferramenta de apoio na elaboração de decisões judiciais e para dar conta do enorme volume de processos.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apenas nos três primeiros meses de 2025, foram distribuídos mais de 9 milhões de novos processos. No mesmo período, 16,9 milhões de ações estavam sem movimentação há mais de 100 dias. Diante desses números, é natural que o Judiciário busque soluções tecnológicas.

No campo da advocacia, a IA também é usada para automatizar tarefas e apoiar a elaboração de peças. No entanto, surgem problemas: há casos de advogados punidos por litigância de má-fé ao usarem ferramentas de IA de forma inadequada, gerando erros e informações falsas.

Muitos clientes nos procuram com questões pessoais complexas, que exigem análise profunda, sensibilidade e atenção individualizada. São situações que não podem — e não devem — ser confiadas apenas a soluções automáticas. A atuação do advogado vai muito além do domínio técnico: envolve estratégia, empatia e responsabilidade.

O papel do advogado diante da IA

Não basta usar IA. É preciso saber quando e como usar. Mais ainda: é preciso compreender como essas ferramentas influenciam as decisões judiciais. Há casos em que um erro de julgamento decorre, justamente, de um prompt mal formulado por um juiz ou assessor.

Se advogados podem ser responsabilizados pelo uso indevido de IA, também devem estar atentos para identificar se as decisões judiciais incorretas ocorreram por mau uso dessas ferramentas. Isso exige conhecimento técnico e vigilância constante.

Hoje, ferramentas de IA estão disponíveis ao público. Com elas, qualquer pessoa pode analisar petições e decisões, identificar padrões e até descobrir se sua causa foi julgada com base em texto padronizado.

Em outras palavras: o cliente pode saber quando a IA foi usada, quando seu advogado utilizou recursos automáticos — e quando falhou ao não perceber um erro que estava ali, visível.

O que isso muda para você?

Usar uma linguagem rebuscada ou dizer que o direito é “complexo demais” já não basta para justificar decisões mal fundamentadas. A tecnologia está democratizando o acesso à informação e à crítica jurídica.

Por isso, defendemos que o uso da IA no direito deve ser feito com responsabilidade e equilíbrio. Ela pode ser uma aliada poderosa, mas nunca deve substituir a análise humana cuidadosa. O risco de julgamentos superficiais e padronizados é real — e exige atenção de todos os envolvidos.

Portanto, recomendamos que você observe como essas novas tecnologias têm sido incorporadas à condução do seu caso e se a abordagem jurídica está alinhada com essas transformações.

Nossa equipe segue comprometida em oferecer um atendimento humano, técnico e responsável, garantindo que seu caso receba a atenção individualizada que merece — tanto da nossa parte quanto do Judiciário.

Daniel Bijos
Marina Ruggero
Alex Cabral
Victória Barros